domingo, 1 de janeiro de 2017

Quadros das miúdas

    Para as férias das miúdas tento sempre preparar alguns trabalhos manuais para fazerem, quadros, massas, colagens, desafios... coisas assim.
     Vamos juntando os trabalhos e as vezes conseguimos arranjar maneira os expor pela casa.


    Usamos vários trabalhos, passamos uma fita por trás a uni-los e o resultado final ficou bem fixe.
    A foto não é que não ficou grande coisa. 

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Pizzas no forno de lenha

    Temos de aproveitar as coisas boas que a vida no campo nos dá. Este fim de semana aproveitamos para fazer pizzas no nosso forno de pão.
    Dá algum trabalho mas é diversão garantida.


   Trabalhar com um forno de lenha é mais complicado do que parece. Ainda somos muito inexperientes, arriscamos fazer uma pizza, mas ainda estamos longe de fazer um assado. Para um assado, usamos o fogão de lenha (que também está na cozinha).


   Cada um recheou a sua pizza com o que mais gosta. Depois foi comer até encher. As nossas ppizzas em forno de lenha estavam muito boas.
    Para a próxima fazemos bolinhos. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Sugestões de prendas para o Natal

   Com o que a Quinta dá, vou fazendo doces, com a ajuda da minha mãe. Entretanto comecei a organizar cabazes para oferecer algumas pessoas no Natal. Para além dos doces, juntei chá e frutos secos, também produtos da quinta.


   Depois, algumas das pessoas que receberam acharam que a ideia era boa e começaram-me a pedir para fazer cabazes mas para eles oferecerem.
   E pronto, agora faço cabazes. Como não faço muitos, pois a produção é limitada, tento sempre dar um toque especial a cada um. Dão muito trabalho, mas dá-me imenso gozo fazer estes mimos.


   Acho que são uma prenda útil, original, vistosa e pode ser personalizada conforme o gosto.
   Um dia irei fazer cabazes com outros produtos como azeite, queijo e enchidos ... com vinho da região. Quem sabe...

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Quando uma árvore incomoda


   Temos no terreno vários diospiros. Era uma árvore que não conhecia, ainda acho que não conheço o suficiente mas já percebi que tem um grande sistema radicular, pois continuam a aparecer rebentos nos lugares mais inconvenientes.
  Os rebentos que aparecem nas caldeiras das outras árvores, são cortados, tal como aqueles que nascem perto do muro.
   No outro dia um vizinho veio nos dizer que estavam a nascer rebentos no alcatrão, do lado de fora do muro e no terreno do vizinho já havia uma "árvore" bem grande.
    Desta vez tínhamos de arranjar uma solução mais duradoura, para não haver danos maiores.
  Decidimos experimentar um processo que resultou em parte, da sabedoria local, outra parte de pesquisa da net.
  Depois de cortado o ramo, fizemos uns orificios no cepo e deitamos agua com sal e vinagre. Atenção que apenas devemos deitar a mistura nos orificios e no cimo, evitando que toque na terra.


   Esperamos algumas semanas para ver se funcionava e, por enquanto, podemos dizer que está a resultar. Se não tivéssemos aplicado a "mixórdia" já estavam a rebentar novos ladrões.
   A árvore "original" não parece ter sido afectada, mas também esta ainda longe deste rebento.
   Vamos fazendo o update.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Memórias e paladares

Os cheiros... os cheiros estão presentes nas minhas memorias de criança.
Um perfume, lembra-me a professora da primaria. Brincadeiras, jogos, correrias.
Um creme, lembra-me os dias de praia. Os mergulhos, os barulhos, os gelados.
Terra molhada da primeira chuvada, tem cheiro de escola, de preparação para o natal.
Compota de abóbora, lembra o frio, o sossego, a inocência, o conforto do lar.



De cada vez que fazemos (eu, a minha mãe e agora a minha filha mais velha) compota de abóbora, por momentos, volto aqueles dias de outono, volto a ser criança, a não ter deveres e afazeres, sinto a leveza de ser criança. Quando regresso, sinto-me feliz por ter estas recordações e por passa-las às minhas filhas, apesar de elas não perceberem hoje, o presente que estão a receber.
É por isso, e pelo processo de fabrico ser muito familiar, calmo e sem pressas que fazer compotas é um momento regenerador. Restabelece energias.

Na marmelada (branca) as recordações são outras. Quer seja acompanha por pão de centeio ou por queijo, lembro-me sempre do meu primeiro ano de universidade em Lisboa. Muitos livros estudei a comer marmelada em fatias de pão torrado.



Nessa altura os marmelos eram comprados ou oferecidos por algum conhecido, hoje tenho o luxo de os produzir eu, de os escolher e apanhar. Como não uso químicos, nem adubos, acho que a marmelada sabe-me ainda melhor. Vai um colherada?

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Se usarmos as sementes das nossas abóboras vamos obter o mesmo tipo de abóbora?

A resposta precisa que se percebam  alguns conceitos primeiro.

Há dois tipos de reprodução: a sexuada e a assexuada.

Reprodução assexuada

É a obtenção de um individuo sem recombinação de características. Ou seja será igual ao progenitor.
O novo individuo desenvolve-se a partir de uma parte do progenitor (folha, estaca….)
Em agricultura é muito usual usarmos uma estaca, quer por enraizamento desta, quer por enxertia num cavalo.

Exemplo: temos uma laranjeira que produz boas laranjas e sem caroços. Para reproduzir temos de ter um cavalo apropriado (laranjeira brava), corta-se um ramo para fazer um garfo e faz se uma enxertia. Vamos obter uma laranjeira igual a que retiramos o ramo.

Reprodução sexuada

A reprodução sexuada implica o envolvimento de dois indivíduos da mesma espécie, dando origem a um novo ser com uma nova combinação de características dos progenitores.

Exemplo:



Os descendestes serão parecidos com os progenitores mas não obrigatoriamente iguais. Podemos obter um descendente com características que não nos interessam (descendente 1), ou um descendente com características melhores que os progenitores (descendente 4). Também iremos obter descendentes iguais aos progenitores (descendentes 2 e 3). Não há certezas. Há probabilidades.
Estas probabilidades aumentam se cruzarmos dois progenitores idênticos.

Posto isto, voltamos a questão:

Se usamos as sementes do ano anterior, quer dizer que estamos num caso de reprodução sexuada. É um risco, podemos ter descendentes com características que não nos interessam.
Os produtores de semente, isolam as flores e cruzam machos e fêmeas com características muito parecidas, para obter sementes com características o mais idênticas possível aos pais.
Ora, nós não isolamos as flores (falo por mim), deixamos as expostas aos agentes polinizadores (abelhas). O que quer dizer que podemos receber nas nossas flores femininas, pólen de outras flores distantes (uma abelha pode percorrer 3 km). Se o vizinho também faz culturas, poderá ocorrer ainda mais cruzamentos "desconhecidos".

Ou seja, se quiser ter a certeza que vai ter um certo tipo de abóboras, ou isola as flores e faz a polinização manual ou é melhor comprar semente nova.

Isto dos cruzamentos também se aplica às sementes das árvores (maçãs, por exemplo). Nestes casos ainda é mais complicado devido a quantidade das flores.


terça-feira, 26 de abril de 2016

Cartão de aplicador

Teoricamente, desde 26 de Novembro de 2015 todos os aplicadores de fitofarmacêuticos são obrigados a ter formação de aplicador. A partir dessa data apenas os aplicadores habilitados podem adquirir produtos fitofarmacêuticos.

Isto quer dizer que para adquirir aqueles produtos que servem para matar as ervas ou tratar as plantas (produtos fitofarmacêuticos) é preciso ter um cartão - cartão de aplicador.

Entretanto os legisladores começaram a perceber que não iria ser possível aos pequenos agricultores fazerem a formação atempadamente. Corria-se o risco de as culturas ficarem sem tratamentos durante uns meses.
Assim apareceu, em 30 de dezembro 2015, o decreto-lei nº254/2015 (aqui), criando um regime transitório. Este decreto dividiu a formação em dois módulos (4 horas e 25 horas). Para se continuar a adquirir os produtos fitofarmacêuticos (e aplica-los) até 31 de maio 2016 tem de se estar inscrito no primeiro módulo e conclui-lo até essa data. O segundo módulo tem de ser feito nos próximos dois anos. Podem ver como fica o conteúdo de cada modulo no despacho conjunto.

Passado o período transitório, para obter este cartão é necessário uma de 3 coisas:
- obter uma formação homologada pela DRAP da região, com pelo menos 35 horas (as cooperativas locais têm estas formações)
- ter mais de 65 anos e realizar uma prova de avaliação que dispensa a formação, se tiver avaliação positiva
-  ter formação superior ou de nível técnico - profissional, na área agrícola ou afins

Depois de terem uma destas condições podem requerer o cartão à DRAP da região, Se tiraram o curso numa cooperativa local, geralmente ajudam no processo.

Eu tirei o requerimento da internet aqui (DRAP LVT).

Para além dos cuidados com a preparação e aplicação dos produtos (que se aprende na formação), a partir de agora também há outras obrigações:
- manter o registo de compra e de aplicação
- armazenamento em local apropriado
- fazer inspecção aos equipamentos (pelo que percebi os pulverizadores pequenos, manuais estão excluídos)
Se não forem compridas, podem dar uma multa.

Encontrei uma lista de produtos para os quais não é necessário ter cartão de aplicador.
Podem ver aqui.

A Direcção Geral de Veterinária emitiu um esclarecimento sobre esta nova lei, onde explica que formação superior dá acesso a este cartão. Aqui.

Em resumo, o que antes seria recomendado fazer, agora é obrigatório. Acredito que haveria muita gente que usaria estes produtos sem saber bem o que estariam a fazer. Não sei se depois da formação vão ficar a saber.

Pratico agricultura biológica, sem extremismos. Sempre consigo comer alguma coisa mais natural. Por isso apenas necessito de adquirir óleo de verão e calda bordalesa para as situações extremas. O objectivo é não ter de aplicar nada, mas a dedicação que isso exige ainda não me é possível atingir.
Talvez um dia.

(artigo atualizado)